Um estudo apresentado no último Congresso do Colégio Americano de Cardiologia, sediado em Nova Orleans, traz resultados animadores com um aplicativo de smartphone para detecção indireta de glicose no sangue. E ele, claro, não depende de picadas no dedo, o que beneficiaria pessoas com diabetes.
Os pesquisadores da Universidade da Califórnia, também nos Estados Unidos, analisaram esse novo uso em um app originalmente desenhado e normalmente utilizado para detectar a frequência cardíaca. Tais aplicativos se valem da luz da câmera do celular para averiguar a onda de pulso, uma medida da rigidez dentro dos vasos sanguíneos. Quando o usuário posiciona o dedo indicador sobre ela. Com isso é possível captar a frequência cardíaca e o formato das tais ondas de pulso.
Foram comparadas medições de 54 269 indivíduos, que também preencheram um questionário informando se tinham diabetes ou não. Assim, conseguiu-se detectar diferenças nos formatos das ondas de pulso entre essas pessoas com razoável acurácia, mas o índice ainda está longe dos 100%.
O próximo passo dos estudiosos é comparar em outro grupo de pacientes dos Estados Unidos e do Canadá os padrões de formato de onda entre pessoas com diferentes níveis de glicose e de hemoglobina glicada no sangue. O objetivo é “treinar” a inteligência artificial para captar diferentes nuances nas curvas das ondas de pulso em diferentes níveis de glicose, fazendo uma relação entre essas duas medidas.
No futuro, esse cruzamento poderá informar com exatidão o valor da glicose. Tudo de uma maneira prática e indolor. Bastará colocar a ponta do dedo na câmera do celular. Vamos aguardar.